Mais uma tragédia protagonizada pela Vale, mais uma barragem se rompe e não se sabe ainda quais as dimensões do lamentável ocorrido.
Tirei 10 minutos para fazer esse texto e provocar a todos. Todos os defensores do meio ambiente, todos os burocratas do meio, o Ministério Público, enfim.
Temos uma política ambiental das mais complexas, um emaranhado jurídico antagônico, por vezes até incompreensível, que pune pequenos empreendedores que muitas vezes sequer conseguem superar a barreira intransponível de uma mera “outorga” ou de um licenciamento prévio ambiental. Enquanto isso, grandes empresas como a Vale pagam consultorias caras, despachantes e especialistas em burocracia sem a maior dificuldade e têm obtém essas licenças com razoável facilidade.
E quando acontece uma tragédia como essa? Mesmo com toda a burocracia, toda legislação protetiva (das mais rígidas do planeta)?
A verdade é que, como punição, pagam uma multa irrisória se comparados ao tamanho do empreendimento, quando pagam! A morosidade e falta de eficiência do judiciário tornam as medidas punitivas ineficazes e o crime acaba compensando.
Esse fato ocorrido tem de ser levado como um exemplo, temos de inverter a lógica. Não é possível que gastemos tanto tempo e dinheiro com papéis inúteis, que dependemos da “boa vontade” de burocratas e, quando efetivamente um dano ocorre, sejamos tão ineficientes. Menos burocracia, menos exigências inúteis, menos discricionariedade, mais punição efetiva para irresponsáveis.
O que eu penso: A Vale tem de ser punida de modo inequivocamente exemplar, multa de bilhões se preciso for e cadeia para os responsáveis técnicos e diretores. Empresas irresponsáveis podem E DEVEM ir à falência! Seus espólios serão muito bem aproveitados por novos investidores e empreendedores que terão na memória o exemplo de que, aqui, o crime não compensa!
Estou estarrecido até agora de ver que não aprenderam nada com a tragédia do Rio Doce, lamentável. Como pessoa, só me resta torcer para que não haja muitas vítimas e que os estragos tenham consequências bem menores que da tragédia anterior.